SOFREGUIDÃO - Jocendir Bueno de Camargo

SOFREGUIDÃO...

Quem me espera, quem me chama
Nesse momento de dúvidas
Nesse momento de angústia d'alma
Onde os sonhos se tornam pesadelos
E a realidade falsa ilusão?

Quem me chama, quem me busca
A espreitar meus sentimentos
Como a querer me descobrir
Em meus pecados diários?

Corro os olhos no horizonte
A busca de que me espreita
Escondido por entre névoas
Numa manha de cinza aparência...

Vejo ao longe formosa dama
Fina e esbelta silhueta
Lindo vulto a premiar
Todos aqueles a quem encontra...

Entrego-me ao amor puro
Sonhado, nunca antes encontrado
Ainda que não correspondido
Por receios do passado...

Sofre por lembranças marcantes
Feridas abertas na memória
Deixadas por um falso príncipe
Que suas súplicas de paiaxão ignorou...

Sente em seu rosto o vento
Que sibíla rindo de suas dores
Dores de um coração que um erro cometeu
Amou com a força de um vulcão em errupção...

Busco a tí, formosa amada
Para em teus braços descançar
Para em teus beijos acalentar
Meu coração que vive a chorar....

Vêm depressa, salva minha alma
Desta triste solidão,
Ilumina meu dia negro
Com a luz da sua paixão....

Vêm depressa minha amada
Vêm me dar seu coração
Para que eu possa com minha espada
Matar esse dragão da ilusão...

E assim formaremos um bosque
De flores, frutos, amor e paixão
Onde semearemos nosso futuro
Pleno, numa sólida e eterna união...