quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sorisso meu - Jocendir Bueno de Camargo


Não me tires os sonhos,

não me traias as esperanças,

as gotas brotam de meus olhos

como brotam as gotas de pedras...


puras, limpidas, aos jorros

nascem da dor da alma e

desaguam num mar de anseios

revoltoso e insano....


Cansada minha alma também chora,

por não ter conquistado sua companhia,

choram meus sonhos a sua partida

chora também minha ilusão...


Mas, como a saber de meu pranto,

solta o teu riso aos cantos,

só não deixas claro se é um riso de satisfação

ou, de solidão e escárnio, pela tristeza...


Teu riso como flor de maracuja,

colorido em sua essencia de amor,

ainda é, para mim, farol

a iluminar meu mar revolto...


Sem seu riso iluminado, estaria eu perdido

nas ondas de um mar ensandecido,

afogando-me em meus pesados pesadelos

de ter que viver só, por você esquecido.


Cada sonho ou desejo meu

nascem da luz de seu olhar,

se não mais essa luz me iluminar

nunca mais irei eu sonhar.


Sou assim, nau errante, sem mar,

sem porto, sem cais, vou vagando num universo

procurando seu olhar para poder aportar,

minha alma descançar e sonhos voltar a sonhar...





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